A obra colectiva Fortificações e Território na Península Ibérica e no Magreb (séculos VI a XVI) oferece aos investigadores e ao leitor comum interessado nestas matérias, distintas leituras do castelo, algumas com claro cariz monográfico, algumas tocando as transformações dos períodos de transição, a montante e a jusante, outras preferindo trabalhá-lo na dimensão do território, valorizando os contributos das fontes escritas ou os da arqueologia, outras ainda conduzindo o enfoque para questões de restauro, gestão e valorização patrimoniais. Para além da atenção dada às cronologias limítrofes – Antiguidade Tardia e século XVI –, incrementou-se o conhecimento da investigação sobre castelos no Magreb, com especial destaque para o período almorávida (em regiões de localização marginal, de montanha, longe das capitais das grandes dinastias), sem esquecer os dados relacionáveis com os poderes ibaditas (Tunísia) e também, no caso do Magreb, incorporando novos dados sobre fortificações ligadas à presença portuguesa no Magreb, no período de quatrocentos e quinhentos. A evolução do conhecimento e do debate sobre a fortificação medieval tem permitido reflectir de modo crítico sobre o valor de modelos de organização social e espacial que vinham sendo utilizados como paradigmas. A investigação regional e local está a matizar e a realçar particularismos e, nalguns casos, a gerar novas perspectivas gerais. Assiste-se a uma estandardização ao nível das técnicas e dos instrumentos de trabalho e de análise que permitem abordagens pluridisciplinares e a abertura de caminhos para a obtenção de novos dados.