Prefácio Paulo de Barros Carvalho. Direi, ainda, que é trabalho de tomo; significativo, em si mesmo, pela própria escolha do assunto. Aliás, em matéria de tal magnitude, em cada linha e em cada página o leitor costuma assestar seu pensamento, no sentido de controlar o processo de construção do discurso, num atentativa de suspreender o editor da mensagem em qualquer dos vicios que frequentam o raciocinio expositivo. E Tárek se expõe a esse teste de congruência, com a firmeza de quem está convicto da limpidez de suas construções intelectuais, o que é sempre um mérito para o cientista. Com efeito, é preciso uma linguagem intermediária entre a teoria e a prática, para tornar possivel a atuação dos enunciados da ciência, das muitas regiões do conhecimento. E tal linguagem, de caráter técnico, intercalando-se entre aquelas outras duas, possibilita a implantação das categorias teoréticas na região da praxis. E esta aqui é a novidade deste livro escrito com equilibrio e discernimento, pois não é fácil expor categorias filosóficas que, no final das contas, rompem com a chamada "filosofia da consciência" e, ao mesmo tempo, aplicá-las na descrição efetiva do direito oposto.